A espera acabou. Após 13 anos de ansiedade, o Náutico voltou a soltar o grito que estava preso na garganta. Na temporada em que busca uma reconstrução dentro e fora dos gramados após o trauma do rebaixamento à Série C, os alvirrubros deram um passo importante para voltar ao protagonismo no Estado.
O título do Campeonato Pernambucano 2018 veio em um jogo com polêmicas de arbitragem e tensão até o último segundo. Foi no sufoco, mas o triunfo por 2×1, diante do Central, neste domingo (8), na Arena de Pernambuco, fez os torcedores extravasarem toda a emoção que estava guardada desde 2004. O Timbu é campeão.
Empurrado pelos alvirrubros, os mandantes quase abriram o placar aos quatro minutos. Wallace Pernambucano cobrou falta na medida, a bola bateu na trave e por pouco não morreu nas redes. Após o susto, a Patativa superou o adversário nas ações ofensivas, chegando principalmente em cruzamentos na área.
Por conta do nervosismo, o Náutico passou a dobrar os erros de passe e perder atenção em lances triviais. Foi o momento em que o Central passou a ser mais perigoso na partida. Infiltrado entre os zagueiros, Gildo fez o papel do centroavante e balançou as redes, mas para o alívio do Timbu o bandeira assinalou impedimento em lance polêmico.
No cenário de preocupação e incertezas foi que o Náutico mostrou o seu diferencial. O melhor ataque do Estadual provou que, se a final é decidida em detalhes, nem mesmo um tempo inteiro sendo pressionado pode superar o que verdadeiramente importa: fazer o gol. Timbó deu belo drible cruzou rasteiro para Ortigoza chutar. A eficácia venceu a insistência e o Timbu levou a vantagem de 1×0 para o intervalo.
Com Jobson na vaga de Wallace, Roberto tentou diminuir os espaços no meio-campo. Já Mauro Fernandes preteriu a presença de um centroavante para colocar um atleta de mais velocidade, caso de Lucas.
Não demorou muito tempo para perceber qual alteração surtiu efeito. Em lindo drible, Jobson limpou o marcador e bateu para enlouquecer os alvirrubros. Seria o gol do alívio completo? Nada disso. O jogo ainda guardava mais emoções. Kevyn salvou uma finalização com o braço e o árbitro assinalou penalidade. Leandro Costa cobrou e fez 2×1.
O Central encurralou o Náutico atrás do empate e quase igualou o marcador em uma oportunidade inacreditável. Júnior Lemos chutou colocado, a bola bate na trave, percorreu a linha e foi para fora. Desespero dos alvinegros, alívio para os alvirrubros. Os cinco minutos de acréscimo levaram a tensão até o limite. Mas aos 50, quando árbitro apontou para o centro do gramado, o sofrimento virou felicidade. O N-Á-U-T-I-C-O voltou a ecoar em Pernambuco.