Não era um arrastão. Mas era como se fosse. Um grupo de ambulantes removidos da Avenida Dantas Barreto, durante a ação de requalificação da via, não se conformou e resolveu fazer um protesto pelas ruas do centro da cidade. Reunidos e gritando palavras de ordem, eles conseguiram levar pânico às ruas e por cerca de duas horas o comércio fechou as portas entre as 10h e 12h. A Polícia Militar foi chamada e os lojistas ficaram encurralados dentro dos seus estabelecimentos. A notícia do arrastão se espalhou na internet, no boca a boca e até quem não havia passado pelo centro dava notícias do tumulto. O principal objetivo dos ambulantes era mesmo fechar o comércio. E eles prometem refazer a proeza se as reivindicações não forem atendidas. E isso implica em ter um espaço para comercializar.

Cerca de 100 policiais militares acompanharam de perto a ação dos manifestantes e uma pessoa chegou a ser detida. No roteiro traçado aleatoriamente pelos manifestantes, eles seguiram pelasruas Duque de Caxias, Dantas Barreto, Nova, Imperatriz, Sete de Setembro, Conde da Boa Vista, Hospício, Aurora, Concórdia, Calçadas, Direita e Pátio do Livramento. Por onde passaram, as lojas tiveram as portas fechadas. Já passava do meio-dia quando a Polícia Militar decidiu que o movimento deveria encerrar. E encerrou.

A comerciante Carla Barreto, 43 anos, que tem uma loja na Conde da Boa Vista, contou que ficou 40 minutos trancada. ´A sensação era de pânico. O medo maior era deles invadirem a loja`, revelou. Dentro do estabelecimento estavam ela, duas vendedoras e um segurança. O dono de uma lanchonete da Rua do Hospício, Reyci Andrade, 23, também fechou as portas. ´Tive prejuízo. Era hora do almoço e fechei`, contou. O vendedor de uma loja de departamentos no centro da cidade, David Vasconcelos, 24, contou que os clientes ficaram assustados. ´Quem estava dentro da loja queria saber o que estava acontecendo. Muita gente ficou com medo`, afirmou.

A remoção do comércio informal da Avenida Dantas Barreto já estava sendo programada desde novembro do ano passado pela Secretaria de Controle Urbano Desenvolvimento e Obras. De um total de 361 ambulantes identificados na via, cerca de 207 se cadastraram. Dos que se cadastraram, pelo menos 167 poderão retornar aos espaços definidos pela equipe do município. De acordo com a secretaria executiva de Controle Urbano, Ana Cláudia Mota, na madrugada de ontem foram impedidos de comercializar cerca de 80 ambulantes localizados na Dantas Barreto na altura da Rua Nova e do Pátio do Carmo. ´Esses comerciantes não tinham nenhum tipo de autorização do município e não participaram do cadastro`, afirmou. Segundo ela, esse grupo foi quem gerou o tumulto no centro. ´Nós recebemos uma comissão e ficou estabelecido que na segunda vamos listar essas pessoas. Eles ficaram de nos trazer propostas de instalação em vias do entorno`. A possibilidade de negociar no módulo seis do camelódromo não foi aceita por eles. O presidente do Sindicato dos Comerciantes Informais do estado, Elias de França,52, classificou a ação dos manifestantes como um protesto pacífico. ´Foi um protesto pacífico. O que nós queremos é uma alternativa`.

Depoimentos

´A sensação era de pânico. O medo maior era deles invadirem a loja, de causar prejuízos` Carla Barreto, 43

“Quem estava dentro da loja queria saber o que estava acontecendo. Muita gente ficou com medo` David Vasconcelos, 24

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