Análise da PEC da reforma política começa com obstrução em Plenário

Começou com obstrução a análise da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 77/03, que cria um fundo público para o pagamento de campanhas eleitorais e muda o sistema de eleição de deputados e vereadores.

Líder do Psol, o deputado Glauber Braga (RJ) voltou a criticar o “distritão”, que é a eleição de deputados e vereadores pelo sistema majoritário – como ocorre com senadores e cargos do Poder Executivo. “Que conversa é essa de que tem que aprovar o ‘distritão’ de qualquer jeito? Por que o povo não vai ser ouvido sobre essa reforma política?”, questionou o deputado, que propôs ainda um referendo sobre o tema.

O “distritão” é um dos pontos mais polêmicos da proposta. Esse sistema seria aplicado na eleição de deputados em 2018 e de vereadores em 2020, em que os candidatos mais votados seriam considerados eleitos.

Hoje, deputados e vereadores são eleitos pelo sistema proporcional, em que as cadeiras das câmaras e assembleias são divididas de acordo com o desempenho nas urnas do partido ou coligação.

O deputado Alberto Fraga (DEM-DF) defendeu a votação da medida. “Não temos muito tempo para discutir, e o resultado será no voto: quem tem voto vai ganhar”, disse.

Ontem, a sessão foi encerrada depois de um impasse sobre a votação de um requerimento para votar a medida artigo por artigo. O “distritão” seria votado primeiro, antes do fundo com recursos públicos para custear as campanhas.

Sem esse requerimento, o rito regimental prevê a votação do texto-base da PEC primeiro e, depois, os destaques sobre temas específicos, de modo que o fundo seria decidido antes do sistema de eleição de deputados e senadores.

Coligações

Há deputados que defendem a aprovação de outra reforma política, aprovada hoje em uma comissão especial: a PEC 282/16, que acaba com coligações e estabelece uma cláusula de desempenho.

O deputado Silvio Costa (PTdoB-PE) disse que o fim das coligações tem mais aceitação na opinião pública.

“Vamos proibir coligação para 2018 em sinergia com as ruas. Todo mundo quer o fim das coligações”, disse.Presidente da comissão especial sobre a PEC 282, a deputada Shéridan (PSDB-RR) defendeu a aprovação da proposta em Plenário.

“A proposta traz o fim de coligações para a próxima eleição; a cláusula de desempenho; e as federações, que vão atender aos partidos pequenos que não conseguiram alcançar o desempenho do quociente eleitoral. Espero que o Plenário tenha a mesma sensibilidade em aprovar esta matéria nesse curto período de espaço”, disse.

Já os deputados Diego Garcia (PHS-PR) e Alice Portugal (PCdoB-BA) criticaram a mudança nas coligações. Alice Portugal disse que o partido foi “surpreendido” pela aplicação da nova regra já em 2018. Já Garcia afirmou que a PEC 282 geraria ainda mais confusão do que a reforma discutida neste momento em Plenário.

Para ser aplicada nas eleições de 2018, qualquer alteração na legislação eleitoral precisa estar aprovada na Câmara e no Senado até outubro deste ano.

Para o deputado Rubens Pereira Júnior (PCdoB-MA), no entanto, o ideal seria que o Congresso atual não fosse afetado pela reforma política. “A proximidade da eleição do ano que vem interfere diretamente no resultado a ser construído pela reforma política, com muitos benefícios para quem quer se reeleger”, disse. Com informações da Agência Câmara.

Prefeitura de Toritama abre celebração do Natal de Jesus 2024 com decoração no Parque Biblioteca Maria dos Anjos

Brasil pede desculpas oficiais pela escravização das pessoas negras

Resultado final do CNU será divulgado em 11 de fevereiro

×