O ministro da Fazenda, Guido Mantega, afirmou nesta segunda-feira (25) que o governo pode tomar novas medidas para frear a valorização do real. Ele não informou, no entanto, que medidas seriam estas e quando elas seriam anunciadas. “Poderemos tomar novas medidas também para impedir essa valorização cabial”, disse o ministro, após participar de encontro com empresários em São Paulo.
“De fato, o câmbio é uma questão que me preocupa”, admitiu, destacando que o governo não usará o câmbio para controlar a inflação. “Controlamos a inflação com política monetária, política fiscal e redução de despesa”, afirmou.
Segundo ele, o governo já tem tomado medidas no sentido de tentar frear a desvalorização do dólar. “Sempre que a gente fala, acaba [resultando] em medidas e os especuladores se acautelam”, disse, lembrando que há duas semanas o governo limitou a posição de exposição de venda de dólares dos bancos de US$ 3 bilhões para US$ 1 blhão.
Para Mantega, entre os fatores que continuam pressionando a valorização do real estão a situação econômica dos Estados Unidos e Europa e a chamada guerra fiscal praticada por países como a China.
O ministro afirmou ainda que a questão tributária “é uma prioridade” da agenda do governo e que o governo vem estudado formar de reduzir a carga tributária e desonerar os investimentos, de forma a tornar o país mais competitivo.
Sobre a desoneração da folha de pagamentos, o ministro disse que o governo continua fazendo estudos, mas que ainda não há uma data para a apresentação da proposta. “Os trabalhos estão avançados e estamos quase chegando já nos finalmente. Portanto, em breve teremos uma proposta”, disse.
Inflação e PIB
Para o ministro, a inflação já está sob controle. “Ela não vai ultrapassar o teto estabelecido e ficará abaixo de 6,5%”. Ele destacou, entretanto, que o controle da elevação dos preços continuará a ser tratada como prioridade número 1 pelo governo.
“Eu concordo que já há um pouso suave da inflação. Todos os indicadores mostram a inflação de junho menor do que a de maio”, disse.
Para Mantega, não existe conflito entre inflação controlada e crescimento da economia. “Controlamos a inflação sem necessariamente derrubar a economia. É isso que é o chamado pouso suave”, disse. “O crédito está crescendo menos, a demanda está crescendo um pouco menos, há problemas localizados, principalmente por causa da concorrência no setor de manufaturados, mas não há esse conflito”, acrescentou. “Vamos manter o crescimento em torno de 4%, 4,5%”, completou.
Por G1