Diplomatas estrangeiros tiveram de ser retirados de helicóptero de uma embaixada no Iêmen, que foi cercada neste domingo durante horas por centenas de aliados armados do presidente Ali Abdullah Saleh.
Os diplomatas – que, segundo relatos iniciais, são de origem europeia, americana e árabe – estavam na embaixada dos Emirados Árabes Unidos em Sanaa, capital iemenita, para pressionar Saleh a assinar um acordo que prevê que ele deixe o poder em 30 dias, sendo substituído por um governo de reconciliação.
Até a tarde deste domingo, Saleh havia se recusado a assinar o acordo, segundo a TV estatal. O presidente – há meses pressionado por líderes estrangeiros e por manifestações populares internas – teria feito “novas exigências”, como a presença de líderes da oposição na assinatura do pacto.
Ele já havia se recusado a assinar o acordo em ocasiões anteriores.
O texto, mediado por países do golfo Pérsico, pelos EUA e por nações europeias, prevê a saída de Saleh do poder em troca de imunidade e foi aprovado pela oposição no sábado.
Mas simpatizantes de Saleh rejeitam o pacto, chamando-o de “golpe contra a legitimidade” presidencial.
Impasse
O impasse intensifica a crise política do Iêmen, um dos países árabes que enfrentam uma onda de levantes antigoverno. Saleh está no poder desde 1978.
Ao mesmo tempo, novos protestos em oposição a Saleh tomaram as ruas de Sanaa neste domingo, pedindo a saída imediata do presidente. Os manifestantes ameaçam tomar prédios públicos, estratégia que já desencadeou confrontos com as forças de segurança e mortes nos últimos meses.
A oposição alega que mais de 140 pessoas já foram mortas pelas forças de segurança iemenitas desde o início dos levantes, em janeiro.