As empresas “laranja” envolvidas na organização criminosa desarticulada pela ‘Operação Destinos Cruzados’ movimentaram mais de R$ 340 milhões de reais nos últimos cinco anos. A informação foi repassada pelo diretor de Operações Estratégicas da Secretaria de Fazenda de Pernambuco, Cristiano Dias, durante entrevista coletiva nesta quarta-feira (20).
“No dia de ontem [terça], nós estivemos em 29 empresas e encontramos nos estoques R$ 2 milhões em produtos sem notas fiscais ou acobertadas por laranjas. Nos últimos cinco anos, 51 empresas laranjas movimentaram R$ 340 milhões em acobertação de mercadorias dessa natureza”, aponta Dias.
Desencadeada na terça-feira (19), a operação cumpriu sete dos oito mandados de prisão, além de mandados de busca e apreensão e condução coercitiva, quando a pessoa é levada para depor. Entre os crimes atribuídos ao grupo estão ocultação de notas fiscais, emissão de notas fiscais em desacordo com a realidade, ocultação de mercadorias transportadas, desvio de destino de produtos comercializados, além de embaraço à fiscalização tributária.
As investigações da Delegacia de Crimes Contra a Ordem Tributária começaram no início de 2017, com a apreensão de dois caminhões com mercadorias que iriam para empresas que não existiam de fato, segundo a polícia.
“A partir dali, iniciamos uma ampla investigação e identificamos que duas empresas, duas transportadoras da cidade de Pombos, eram as empresas utilizadas para fazer a aquisição dessas mercadorias e o direcionamento para empresas laranjas. No meio do caminho, essas mercadorias eram desviadas e direcionadas para os reais adquirentes”, detalha o delegado Germano Cunha.