O ex-presidente Fernando Henrique Cardoso admitiu nesta quinta-feira (3) que o PSDB está dividido e que a probabilidade de abandonar o governo de Michel Temer é “de meio a meio”.
Tentando amenizar a situação, o tucano, porém, afirmou que a crise política que o Brasil enfrenta “preocupa mais” que os problemas internos do seu partido.
“A situação é ruim, porque o PSDB está dividido. A votação de ontem mostrou isso e o PSDB não está fora desse jogo geral dos partidos. Houve perda de crença nos partidos, e isso inclui o PSDB. A essa altura, me preocupa menos o PSDB do que o cojunto da situação política brasileira. O sistema político que nós criamos, a Constituição de 1988, está esgotado”, disse o tucano em um evento no Instituto FHC, em São Paulo, um dia após o presidente Michel Temer sair vitorioso de uma votação na Câmara dos Deputados que barrou o pedido da Procuradoria Geral da República (PRG) para que fosse processado por corrupção, o que abriria caminho para seu impeachment.
No total, 22 deputados do PSDB votaram a favor de Temer, 21 deram voto contrário e quatro se ausentaram. Atualmente, o partido detém postos em quatro ministérios: Relações Exteriores (Aloysio Nunes), Cidades (Bruno Araújo), Direitos Humanos (Luislinda Valois) e Secretaria de Governo (Antonio Imbassahy).
Questionado sobre o resultado da votação, FHC afirmou que “foi uma vitória de pico”. “Para o presidente Temer, essa vitória adianta, mas, para o país, essa não era a questão”.
“O país não pode mudar de presidente a cada seis meses. O país tem que ter horizonte de esperança, uma visão que motive as pessoas”, comentou o tucano, explicando que as eleições de 2018 colocarão à prova os nomes que podem “resgatar a confiança dos brasileiros”