Funcionários teriam previsto que haveria uma rebelião na Fundação de Atendimento Socioeducativo (Funase) em Caruaru, no Agreste pernambucano, depois de movimentação intensa de reeducandos na manhã da segunda-feira (6). De acordo com a delegada Giovanna Melo Leloup, responsável pelas investigações, a informação foi registrada pelos agentes socioeducativos e não houve medida de prevenção.
“Eles chegaram à conclusão de que haveria uma rebelião, como houve, e ninguém tomou providência. A responsabilidade é do Governo do Estado e da Funase, porque eles sabiam e não fizeram nada. E um adolescente de 15 anos morreu”, falou a delegada nesta terça-feira (7). Ela explica que a morte ocorreu por assassinato triplamente qualificado, “por motivo fútil, por utilizar fogo e por não ter sido dado à vítima o direito de se defender”.
[saiba_mais]
Leloup afirma que muitos reeducandos participaram do homicídio e vários estavam encapuzados. Até então, apenas cinco foram identificados: um de 18 e outro de 19 anos, além de três adolescentes. Os maiores foram encaminhados à Penitenciária Juiz Plácido de Souza, no município, e os menores voltam à unidade da Funase. Também segundo a delegada – que trata a manifestação como “rebelião”, e não como “princípio de rebelião” -, a confusão ocorreu porque a vítima teria denunciado algum problema. Este menor foi arrastado para a cela do reeducando de 19 anos e recebeu golpes com objetos cortantes e outros materiais. Os internos também atearam fogo em colchões, colocados próximos aos portões da unidade, além de render um agente.
Por fim, a delegada Leloup critica a organização da Funase. “Os adolescentes estão no mesmo local dos que são maiores de idade. Eles estão em pavilhões diferentes, mas têm certo contato uns com os outros, é uma escola [do crime]”, afirmou.
Por G1