A ex-ginasta olímpica Lais Souza falou em entrevista a Daniela Albuquerque, para o programa ‘Sensacional’ deste domingo ( 6), na RedeTV!, sobre os avanços de sua recuperação após o grave acidente que a deixou tetraplégica. A ex-ginasta revela detalhes de sua rotina desde então e relembra as conquistas de sua carreira como atleta, destacando seu perfil aventureiro.
“Gosto de estar um passo a frente. Dentro da ginástica eu não tinha medo, tentava chegar e treinar muito. Muita gente tem medo de fazer as coisas, os duplos, os triplos, eu simplesmente chegava e fazia”, revive.
Atualmente Lais se dedica à faculdade de Psicologia em sua cidade natal, Ribeirão Preto, no interior de São Paulo. Ela destaca o papel da área na vida de um atleta, especialmente no que diz respeito à pressão que envolve o ambiente de competições.
“Eu não tive muitos psicólogos, sempre fui meio do meu ‘jeitão’. Acho que é importante, consegue diferenciar um campeão para o quarto lugar. Talvez se tivesse tido um acompanhamento melhor , teria me escutado mais e o psicólogo me traria experiência para focar melhor nas competições, poderia ser que meus resultados tivessem sido melhores”.
Ela também explica que não conseguia conciliar a intensidade da rotina na ginástica com os estudos do curso de Educação Física, algo bem comum na vida dos esportistas.
“Eu treinava oito horas, ia para a faculdade, chegava lá o professor dizia: ‘hoje é dia de basquete’. Aí eu não aguentava correr, fazer aula prática e teórica, que era bem difícil. Muitas vezes eu dormia na carteira”.
Questionada por Dani sobre a mudança dentro do esporte – a transição da ginástica para o esqui –, ela revela as dificuldades que enfrentou.
“Foi bem difícil. Quando resolvi parar a ginástica fiquei uns dois meses em depressão, não sabia o que eu ia fazer. Tive que colocar na minha cabeça que eu tinha que fazer o destreino. O atleta não tem cobertura nenhuma, então trabalhei a vida inteira na ginástica e tive que parar para pensar no que iria trabalhar. É muito difícil para o atleta”.
Ainda sobre a questão financeira, a ex-ginasta afirma:
“O mês do cadeirante é muito caro! Hoje moro em um apartamento muito pequeno, consigo ir a dois cômodos dele. Quero sonhar para poder ter uma casa e continuar trabalhando. Já lotei a agenda, tento fazer algumas palestras. Não sou profissional, mas acho que minha história pode ajudar, e aprendo muito com elas. Ainda termino o mês no vermelho, mas estou tentando sair dele”, desabafa.