O líder do braço pernambucano da quadrilha nacional que assaltou a sede da empresa de segurança Brinks, na Zona Oeste do Recife, em fevereiro deste ano, era agente de trânsito em um município da Região Metropolitana. A afirmação foi feita nesta quarta-feira (2) pelo delegado João Gustavo Godoy, durante a apresentação do resultado da ‘Operação Durga’, deflagrada na terça-feira (1º), em Pernambuco, São Paulo e Rio Grande do Norte.
Em coletiva de imprensa, realizada no Recife, Godoy, que é titular da Delegacia de Roubos e Furtos, apontou que o líder do grupo tinha ligação com um a organização criminosa que atua em presídios em todo o país. “Infelizmente, ele fazia parte da infraestrutura de segurança do estado”, afirmou o delegado.
A polícia acredita que o líder da organização tinha interesses na política. “Ele tinha uma vida estruturada. Chegou a alugar um caminhão para distribuir chocolates em uma comunidade. Temos informações de que ele também participou da campanha política municipal de 2016 e pretendia ser candidato em 2018”, comentou Godoy.
A ação recebeu o nome de ‘Durga’ em referência a uma deusa do hinduísmo que tem vários braços. A analogia foi feita a partir da constatação do envolvimento de pessoas de diversos estados, uma vez que a quadrilha atuava em Pernambuco, São Paulo, Rio Grande do Norte e em Alagoas. A ação era marcada pela terceirização dos trabalhos. “As armas vinham de um estado e o pessoal contratado para participar era de outro. Isso dificulta a investigação”, afirmou o policial.