De fora, não dá para reconhecer o lugar onde funcionava o Banco do Brasil do balneário de Porto de Galinhas, em Ipojuca, Litoral Sul de Pernambuco. Bandidos explodiram a agência em fevereiro e, desde então, moradores e turistas vêm enfrentando dificuldades para sacar dinheiro e ter acesso a serviços bancários.
O espaço do antigo banco agora é usado como apoio da obra de reconstrução das oito lojas da feirinha de artesanato, também destruídas pela explosão. Para sacar dinheiro, as pessoas usam um caixa eletrônico, colado na antiga agência. Se tiverem sorte, afirmam os moradores.
“Às vezes, só tem consulta de extrato, saldo. Saque não tem sempre disponibilidade, porque não acaba o dinheiro. É complicado ser cliente e estar sendo lesada, porque eu me sinto lesada como cliente”, lamenta a aposentada Dora Emília Muniz.
Porto de Galinhas só tem atualmente uma agência da Caixa Econômica. Os clientes de todos os outros bancos usam o caixa eletrônico ao lado da antiga agência, seja morador ou turista. Como para muitos é a alternativa é apenas o único caixa, ele vive com fila. O movimento só diminui quando não há dinheiro.
De acordo com a Secretaria de Defesa Social (SDS) de Pernambuco, nos três últimos anos, bandidos explodiram 157 bancos no interior do estado. Pelo levantamento do Procon estadual, 21 agências ainda não voltaram a funcionar. Todas do Banco do Brasil.
“A economia local foi afetada, o nível de insegurança para comerciantes, servidores públicos e a população em geral que recebem inclusive os benefícios sociais estão todos afetados”, aponta o presidente da Associação Municipalista de Pernambuco (Amupe), José Patriota.
O Ministério Público entrou na Justiça para que o Banco do Brasil reabra as agências. “Esse argumento de explosão de banco não é um argumento viável, até porque o estado não pode recuar para bandidagem. Há várias atitudes que podem ser tomadas e uma delas é uma que se faz em todo primeiro mundo que é colocar um dispositivo de tinta que qualquer caixa eletrônico que for invadido ele destrói a cédula e ai não vai ter nenhuma incentivo para que o bandido cometa algum assalto”, destaca o procurador geral de Justiça, Francisco Dirceu Barros.