O juiz Sergio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba, sugeriu nesta segunda (8) que a Petrobras dê “incentivos financeiros” para empregados que denunciarem atos ilícitos na empresa.
“Talvez um incentivo financeiro possa servir como estímulo”, disse Moro, enquanto citava algumas sugestões para que a estatal evite a repetição dos crimes investigados pela Operação Lava Jato.
Ele comentou que, durante o “período de corrupção sistêmica na estatal”, havia sinais visíveis de superfaturamento em obras que depois viraram alvo da Lava Jato, mas não houve denúncias.
O presidente da estatal, Pedro Parente, afirmou após o evento que vai estudar o assunto.
Moro sugeriu ainda que os executivos da empresa seja submetidos a avaliações periódicas de evolução patrimonial – não só com relação aos bens declarados, mas também com investigações sobre como vivem e que bens costumam ostentar.
Parente disse que a Petrobras passará a processos as declarações de imposto de renda que são entregues por executivos e conselheiros e vai passar também a fiscalizar em tempo real e-mails da companhia, com base em palavras chave.
LOTEAMENTO
Moro voltou a afirmar que o loteamento político foi a principal causa para o esquema de corrupção na Petrobras e defendeu que a empresa trabalhe para evitar que volte a ocorrer no futuro.
“Chega de nomeações políticas”, afirmou, frisando não ver relação entre “a grande maioria” o corpo técnico da estatal e esquema de corrupção composto “empresários e políticos inescrupulosos”.
“Tenho muito claro para mim que a Petrobras não é sinônimo de corrupção”, afirmou. “Esse processo envergonhou a todos nós, brasileiros, não só à Petrobras”.
Na quinta (7), em Curitiba, a Petrobras foi ressarcida em R$ 664 milhões desviados da companhia. Ao todo, R$ 1,47 bilhão já foi devolvido à companhia. Com informações da Folhapress.