Aeronaves da Otan realizaram na noite desta segunda-feira (horário de Brasília) uma ofensiva de grande magnitude em Trípoli, no que aparenta ser o maior ataque à Líbia desde o início da campanha da aliança militar ocidental no país, em março.
Alguns dos bombardeios parecem ter alvejado o complexo do líder líbio, Muamar Khadafi, na capital.
Há registros de entre 12 e 20 explosões em Trípoli nas últimas horas. Após cada uma delas, era possível observar aeronaves da Otan sobrevoando as chamas.
O correspondente da BBC em Trípoli Andrew North afirma que os fortes ataques parecem marcar o início de uma escalada da campanha da Otan no país, após um breve período de calmaria.
A aliança está agindo na Líbia com mandado da ONU, sob o argumento de proteger os civis líbios das tropas do regime de Khadafi.
Moussa Ibrahim, porta-voz do governo líbio, afirmou que três pessoas foram mortas na operação desta segunda e outras 150 ficaram feridas.
O porta-voz disse que as bombas atingiram tropas da Guarda do Povo, formada por voluntários que apoiam o Exército líbio. Mas agregou que a maioria das vítimas são civis que estavam nos arredores. A informação não pôde ser verificada de forma independente.
North relata que, após os bombardeios, parte da população de Trípoli saiu às ruas em manifestação de apoio a Khadafi.
Helicópteros
O bombardeio ocorre poucas horas depois de o governo francês ter afirmado que mandará, em parceria com a Grã-Bretanha, helicópteros militares para ampararem a ação da Otan na Líbia.
Os helicópteros permitiriam que as tropas de Khadafi fossem alvejadas com mais precisão.
A Grã-Bretanha não confirmou a informação.
O jornal francês Le Figaro publicou a informação de que 12 helicópteros teriam sido enviados à Líbia em um cargueiro francês em 17 de maio.
E o maior navio de guerra britânico, o HMS Ocean, partiu em abril do porto de Plymouth carregando consigo helicópteros Apache, informa o correspondente da BBC em Paris Christian Fraser. Não foi confirmado se eles serão usados na Líbia.
No front diplomático, o secretário-assistente de Estado dos Estados Unidos, Jeffrey Feltman, se encontrou nesta segunda-feira com representantes do Conselho Nacional de Transição, grupo formado pela oposição líbia e que agora controla o leste do país.
O encontro ocorreu em Benghazi, bastião dos rebeldes, que buscam reconhecimento internacional na tentativa de pressionar o regime de Khadafi.