A Polícia Federal cumpre nesta quinta-feira (26) mandado de busca e apreensão no Ministério do Turismo, em Brasília. A ação faz parte da Operação Lavat, que investiga um suposto esquema de lavagem de dinheiro. Entre os alvos estão ex-assessores do ex-presidente da Câmara e ex-titular do Turismo Henrique Eduardo Alves (PMDB-RN), atualmente preso pela Lava Jato.
A investida é um desdobramento de outra operação, a Manus, deflagrada em junho deste ano, para apurar possíveis desvios de obras e serviços públicos executados no Rio Grande do Norte para Alves.
No material apreendido na ocasião, segundo a PF, foram identificadas evidências quanto à atuação de outras pessoas pertencentes a organização criminosa, que continuou praticando crimes de lavagem de dinheiro e ocultação de valores para o chefe do grupo.
Foi também levantado que a organização fraudava licitações em diversos municípios do Rio Grande do Norte, visando obter contratos públicos que, somados, alcançam cerca de R$ 5,5 milhões, para alimentar a campanha ao governo do Estado de 2014. Na ocasião, Alves foi candidato, mas perdeu.A PF cumpre 22 mandados de busca e apreensão, três de prisão temporária e dois de condução coercitiva no RN e em Brasília.
A reportagem apurou que os alvos de pedidos de prisão são Aluísio Henrique Dutra de Almeida, José Geraldo Moura Fonseca Júnior e Norton Domingues Masera, ex-assessores de Alves.Um dos alvos, Masera é atualmente chefe da Assessoria Parlamentar do Turismo.
Hermann Bento Ledebour, ex-secretário particular de Alves e do também ex-presidente da Câmara Eduardo Cunha (PMDB-RJ), é diretor administrativo e financeiro da TV Cabugi, de Alves. Contra ele, foi expedido apenas mandado de busca e apreensão.
O nome da operação é referência ao provérbio latino “Manus Manum Fricat, Et Manus Manus Lavat”, cujo significado é “uma mão esfrega a outra; uma mão lava a outra”.
O Ministério do Turismo informou que vai exonerar Norton Masera. Em nota, sustentou que colabora com a PF para que “os fatos sejam apurados com correção”. “A busca e apreensão se restringiu à sala em que Norton trabalhava e a pasta ministerial não é alvo da investigação”, acrescentou.
A reportagem não localizou representantes dos alvos da operação. O advogado de Alves, Marcelo Leal, não comentou a ação, justificando que ainda não tem informações suficientes sobre o caso.
Por Folhapress