A violência nas escolas cresce a cada ano. É o que revela um levantamento feito pela polícia. Os casos registrados são de agressões físicas. Durante todo o ano passado, a Secretaria de Defesa Social de Pernambuco tomou conhecimento de 70 casos em escolas estaduais e municipais. Só nos primeiros seis meses deste ano, já foram 83. As brigas estão invadindo os colégios. Muitas delas são filmadas pelos próprios alunos e a gravação vai passando de celular em celular, até
cair nas redes sociais da internet.
A especialista em educação, Rejane Maia, acredita que a falta de limites e de respeito em casa está na raiz das agressões. “Muitos jovens estão perdidos. Estão precisando de referências sólidas. Eu acho que essa intranquilidade emocional faz com que se reflita em atitudes de intolerância nas escolas. Essas intolerâncias vão se tornando agressões e violência em última instância”, explicou.
Na Escola Luzi Gonzaga, em Jaboatão dos Guararapes, um grupo formado pela juíza da Vara da Infância e da Juventude, gestores, estagiários de Direito e de Psicologia, mães e alunos, participam do Comitê de Mediação de Conflitos Escolares. “O que se tem a ganhar com isso é que nós podemos estar na escola protegendo as crianças e garantindo o direito delas no sentido de que não estejam nem sofrendo ou praticando atos de violência”, disse a secretária executiva de Educação de Jaboatão dos Guararapes, Edilene Soares.
O comitê – que já foi instalado em 12 escolas do município – discute prevenção. Inclusive do bullying, que é a intimidação ou agressão física ou psicológica direcionada repetidas vezes a uma pessoa. Larissa Marcelino, da 6ª série, é a representante dos alunos e não falta a uma reunião. “A gente primeiro senta com os alunos, conversamos sobre tudo, sobre violência em geral, perguntamos as dúvidas que eles têm e trazemos para o comitê. O comitê dá uma resposta e eu levo a resposta para eles”, disse a estudante.
Nas salas de aula, o trabalho do comitê é com a apresentação do livreto de literatura de cordel que tem o título “A peleja da covardia com a senhora educação”. “É uma linguagem simples e de fácil compreensão para as crianças e adolescentes. dentro da escola isso com certeza vai ter eficácia no combate do bullying”, destacou a juíza Sônia Stamford.
Por +AB