Investidores internacionais investiram R$ 14,6 milhões na Revelo (antiga Contratado.me), uma start-up brasileira que resolveu inverter o modo como contratações são feitas em sites de vagas.
No site da companhia, são as empresas clientes que procuram os candidatos e têm de convencê-los de que oferecem uma boa alternativa de emprego, em vez de só disponibilizar suas vagas para que eles se inscrevam.
Para permitir isso, além de analisar informações sobre experiência e formação dos profissionais, a Revelo promove testes técnicos on-line e pede que os profissionais gravem vídeos sobre seu trabalho.
O sistema da companhia analisa os currículos e habilidades para, baseando-se nas necessidades das empresas que usam o serviço, selecionar os melhores para indicar em seu site (entre 5% e 10% dos candidatos).
A partir daí, as companhias podem navegar no site da Revelo e ver os profissionais disponíveis, como em um site de marketplace. Os profissionais são apresentados de modo que indique prioritariamente os com mais chances de se adequar a suas necessidades.
Quando se interessam por alguém, fazem propostas personalizadas tentando convencê-los de que trabalhar com a empresa é uma boa ideia.
O australiano Lachlan-de-Crespigny, um dos fundadores da empresa, conta que a ideia do negócio é resolver a dificuldade de boas empresas encontrarem bons candidatos (e vice-versa).
“Até pouco tempo, as empresas tinham duas opções: postar uma vaga e receber milhares de currículos que não tinham nada a ver com o que precisavam ou contratar um recrutador para tentar adivinhar o que você procura.”
Para os candidatos, restaria torcer para o seu currículo ser localizado em meio a milhares ou depender de indicações de amigos, o que acabou sendo a saída mais comum para driblar as ineficiências do mercado, diz.
“Isso não faz mais sentido no mundo da tecnologia, da mesma forma que não faz mais sentido esperar que um táxi passe na rua.”
As empresas podem solicitar uso eventual da plataforma para contratar profissionais ou assinar o serviço mensalmente, com custo variando entre R$ 4.000 e 20 mil.
Segundo de-Crespigny, são 1.500 companhias cadastradas no serviço.
A empresa conta com 40 funcionários. Ela não informa o número de profissionais que foram contratados a partir de seu serviço.
O investimento recebido, que veio do fundo Valor Capital Group (dos Estados Unidos) e da empresa de recrutamento Seek (da Austrália), será usado para investimento no desenvolvimento tecnológico da empresa.
Enquanto o Valor investe no Brasil em empresas como GuiaBolso, Nibo e Mandaê, o grupo australiano é controlador da brasileira Catho. Com informações da Folhapress.