Tráfico de Drogas: um Problema de Família, Diz Assistente Social

Desagregação familiar versus impotência do Estado. A questão de drogas não se traduz apenasem um problema de polícia. Os números são assustadores quando se fala das prisões por tráfico. Segundo dados da Polícia Militar de São Paulo, de 2006 a 2010, o número de presos por tráfico aumentou 118% e chegou a 86,6 mil. No mesmo período, a população carcerária cresceu 37% e passou para 496,2 mil em todo o Estado.

 

Para a professora de direito da UFRJ (Universidade Federal do Rio de Janeiro) Luciana Boiteux, o aumento tem duas razões: a pena mínima por tráfico subiu de três para cinco anos e usuários vêm sendo punidos como traficantes, o que infla os presídios. A realidade por trás do tema é que existe um número cada vez maior de pessoas envolvidas com drogas. Em contrapartida, acompanhamento e cuidado, em especial o familiar, não seguem esse passo.

Segundoa assistente social, Maria Grizante, que realiza trabalho com moradores de ruae travestis, o problema está na estrutura social familiar, ou na ruptura das relaçõesfamiliares. “A família é o principal (e primeiro) grupo a queo indivíduo pertence e aprende de si no contexto mais abrangente, o que determinará o seu sim ou não às drogas e a todas as ‘belezas e maravilhas’ que elas sedutoramente apresentam, mas na verdade, não são. A família tem papel fundamental na formação do jovem, assim como valores que são aprendidos na prática diária do espelho. O aprendizado do que se vê e não do que seteoriza sobre. Questão de referencial não só na adolescência, mas para uma vida saudável, plena e feliz”, explicou Grizante ao The Christian Post.

Os jovens entre 12 e 18 anos, hoje 15% da população brasileira, formam o principal foco desse problema, segundo Grizante. “Não são considerados adultos e nem responsáveis, até que lhes deleguem algo. São expostos a apelos tão fortes, emespecial os do capitalismo selvagem, ostentando modismos despertados muitas vezes pela própria mídia, o que gera pessoas com dois perfis: aquele que pode consumir e o que (em tese) não pode consumir. é exatamente aí que surge o abismo que divide estes dois mundos, trata-se da busca desenfreada pela realização desse desejo de consumo ou conquista”, enfatizou a assistente social.

A família precisa, no entendimento de especialistas e pastores, se preparar para essa batalha. “Se a família acolhe, tudo é diferente”, finaliza Grizante.

Por CP

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