Em 28 de setembro de 2007, a Capital do Xaxado parou para assistir ao lançamento da pedra fundamental da Usina de Biodiesel de Serra Talhada, que, segundo políticos, iria “revolucionar” a produção agrícola na região. O anúncio era de investimentos na ordem de R$ 1,05 milhão, sendo R$ 800 mil do Ministério da Ciência e Tecnologia (MCT) e cerca de R$ 250 mil do Instituto Xingó.
Segundo os técnicos do Centro de Tecnologias Estratégicas do Nordeste (Cetene), que estiveram em Serra Talhada, a Usina de Biodiesel, quando em funcionamento, deveria produzir, inicialmente, cerca de 5 mil litros por dia de combustível. Com tamanha euforia, o deputado Inocêncio Oliveira (PR) chegou a anunciar a doação de um terreno de 3,3 hectares para que o empreendimento saísse do papel.
Segundo a propaganda, na época, essa seria a primeira fábrica de produção de biodiesel do Sertão de Pernambuco. Também foi anunciado que o plano pretendia unir esforços para plantar cerca de 10 mil hectares de oleaginosas (algodão, girassol, pinhão manso e mamona) na zona rural do município.
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Nos discursos políticos, dizia-se que o trabalho iria gerar empregos para cinco mil famílias na cidade. Mas, atualmente, quem passa pelo local que deveria está produzindo o biodiesel se depara com um cenário revoltante de descaso e abandono com o dinheiro público. No galpão erguido às margens da BR-232, nada foi construído passados todos esses anos.
Dois tanques adquiridos para armazenagem do óleo encontram-se enferrujados e abandonados no Parque de Exposição de Serra Talhada, ao léu, dando a mostra gritante do desperdício com o erário do contribuinte, a falta de interesse político para tocar o projeto e a visível inexistência de fiscalização por parte dos órgãos controladores.
Atualmente, o espaço reservado para a usina tem sido improvisado por um trabalhador local há três anos para estocagem e comercialização de produtos recicláveis. E vem servindo também como ferro velho.
Na época em que se planejava o empreendimento houve uma grande euforia entre os agricultores serratalhadenses, que foram estimulados, especialmente pela classe política, ao plantio em massa de mamona, base da produção da usina.
O que acabou sendo outro fiasco. Passados mais de seis anos, quem produziu perdeu tempo e dinheiro. Resta saber se existem culpados e punição para tamanho desperdício de verba pública e de sonhos junto à população.
Por NE10